sábado, 4 de março de 2006

Réu confesso inimputável

Não gaste conselhos de auto-etima.
Nem melífluas palavras de consolação.
Foi minha culpa, devo admitir,
Acreditar de novo naquela ilusão.

De que o sol nasceu para todos,
Que já não existe réu.
E que neste mesmo instante
Ele aquece e brilha lá no céu.

Não gaste palavras de esperança.
Poupe o seu tempo, eu te aviso,
Sou réu confesso e renitente.

Reclamo, grito. Isto faço.
Mas sei também. Teatralizo.
Pois creio: hoje ele brilha diferente.

21.02.2006

Um comentário:

Nath disse...

Somos nós que confessamos nossos erros e fazemos deles a matéria prima para uma vida recheada de novos sentidos.
Atravessamos nossas dúvidas e reinventamos o mundo a cada passo torto, a cada salto mal calculado.
Não, não estamos aqui pra escrever um livro de como viver, estamos aqui pra experimentar o novo, e se a novidade for só uma grande tolice, que pelo menos seja divertida.
Beijos querido