domingo, 14 de setembro de 2008

Fênix



Tenho saudade de um tempo que não vivi.
No qual o rito demarcava sobremaneira
o momento do nascer e do luto.

Quem quebrou os paradigmas esqueceu-se
de que a dúvida é a essência humana,
e de nossa inabilidade com o intangível.

Afinal, a lápide lisa fora recusada,
e o fantasma retratado indevidamente.
Ofereceram-lhe sobrevida destruidora.

Ressurgido, assombrou aquele
que desejava sepultá-lo
em profunda inconsciência.

Sim, por estranhos ritos catárticos
o exorcismo foi realizado.
Mas a que preço?

Pagarei com a ventura vislumbrada,
e as promessas que me fizeste,
retornando à utópica satisfação fingida?

Não! Renascerei como a fênix,
das cinzas de tua empáfia surda.
Pois, tenho a esperança por vício.

jan/2008

Um comentário:

Roberto Luquini disse...

Não só adorei. Me identifiquei.